Este é o link para a compra do meu livro Construindo imagens: a formação do autoconceito dos superdotados.
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Versão ebook: R$ 15,07
O interesse por este tema surgiu
quando ainda atuava como professora do 1º segmento do 1º grau e tive o
privilégio de conhecer e conviver com alunos com competências e habilidades acima
da média, em áreas específicas do conhecimento ou em áreas combinadas. O que a primeira vista pode parecer uma
situação altamente favorável para o pleno desenvolvimento das capacidades não
se confirma na realidade. O fato de
possuírem interesses diferenciados, de processarem as informações de maneira
peculiar, de possuírem um vocabulário bem elaborado, serem contestadores em
comparação com outros alunos da mesma faixa etária acaba por comprometer os
relacionamentos interpessoais e, consequentemente acarreta
prejuízos no desenvolvimento das
suas potencialidades, ainda em vias de construção.
Foi realizada uma pesquisa de
campo em cinco escolas do município do Rio de Janeiro que possuem atendimento
especializado em salas de recursos com objetivo de mapear e aprofundar questões
que envolvem a estruturação do autoconceito e o processo de produção decorrente
da sua visão diferenciada de mundo. Três escalas foram utilizadas neste estudo.
A primeira delas (atitudes com relação à escola) avaliava a atitude geral do
aluno para com a escola e a sua satisfação com a situação escolar. A segunda
(atitudes com relação a si mesmo) avaliava a maneira como o sujeito se via em
termos de suas capacidades e da extensão de sentimentos positivos que tinha com
relação a si mesmo. A terceira (atitudes com relação aos colegas) tinha como
objetivo medir o relacionamento do aluno com os seus colegas. Foi utilizado
ainda um questionário para conhecer a percepção dos alunos sobre sua satisfação
com a escola em geral e também com o relacionamento com professores e colegas
de classe.
Os resultados mostraram uma forte
correlação na interação com pessoas significativas (professores e colegas de
classe) e a formação de um autoconceito positivo.
Apesar do atendimento em salas de recursos
serem um caminho, ainda há muito que ser feito. As políticas públicas de
inclusão dos superdotados e de atendimento especializado precisam ser
fortalecidas, com um projeto educativo que além de desenvolver as habilidades
cognitivas e sociais, dê atenção aos aspectos emocionais para que esses
talentos não se percam.