sexta-feira, 10 de março de 2017

Construindo imagens: a formação do autoconceito dos superdotados

Este é o link para a compra do meu livro Construindo imagens: a formação do autoconceito dos superdotados.
Versão impressa: R$32,32
Versão ebook: R$ 15,07


O interesse por este tema surgiu quando ainda atuava como professora do 1º segmento do 1º grau e tive o privilégio de conhecer e conviver com alunos com competências e habilidades acima da média, em áreas específicas do conhecimento ou em áreas combinadas.  O que a primeira vista pode parecer uma situação altamente favorável para o pleno desenvolvimento das capacidades não se confirma na realidade.  O fato de possuírem interesses diferenciados, de processarem as informações de maneira peculiar, de possuírem um vocabulário bem elaborado, serem contestadores em comparação com outros alunos da mesma faixa etária acaba por comprometer os relacionamentos interpessoais e, consequentemente  acarreta  prejuízos no desenvolvimento  das suas potencialidades, ainda em vias de construção.

Foi realizada uma pesquisa de campo em cinco escolas do município do Rio de Janeiro que possuem atendimento especializado em salas de recursos com objetivo de mapear e aprofundar questões que envolvem a estruturação do autoconceito e o processo de produção decorrente da sua visão diferenciada de mundo. Três escalas foram utilizadas neste estudo. A primeira delas (atitudes com relação à escola) avaliava a atitude geral do aluno para com a escola e a sua satisfação com a situação escolar. A segunda (atitudes com relação a si mesmo) avaliava a maneira como o sujeito se via em termos de suas capacidades e da extensão de sentimentos positivos que tinha com relação a si mesmo. A terceira (atitudes com relação aos colegas) tinha como objetivo medir o relacionamento do aluno com os seus colegas. Foi utilizado ainda um questionário para conhecer a percepção dos alunos sobre sua satisfação com a escola em geral e também com o relacionamento com professores e colegas de classe.

Os resultados mostraram uma forte correlação na interação com pessoas significativas (professores e colegas de classe) e a formação de um autoconceito positivo.
Apesar do atendimento em salas de recursos serem um caminho, ainda há muito que ser feito. As políticas públicas de inclusão dos superdotados e de atendimento especializado precisam ser fortalecidas, com um projeto educativo que além de desenvolver as habilidades cognitivas e sociais, dê atenção aos aspectos emocionais para que esses talentos não se percam.
 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Vídeo 1 - Márcia Pinho 35028


Nas caminhadas que tenho feito, ao conversar com as pessoas, observo a quantidade expressiva de eleitores indecisos ou decididos a anular seu voto. Diante de um quadro caótico na política,  não é de se estranhar que o eleitorado esteja inseguro, desconfiado e incrédulo.

Abster-se de exercer o papel de cidadão numa sociedade democrática está longe de ser a melhor solução.

Sugiro que pesquise, compare os perfis dos candidatos, verifique o histórico de vida e só assim faça sua escolha.

Peço seu voto de confiança.  Márcia Pinho 35028

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Percepção sobre violência sexual e atendimento a mulheres vítimas nas instituições policiais

Vale a pena conferir na íntegra como foi formulada a pesquisa e também os resultados em relação à percepção sobre violência sexual e atendimento a mulheres vítimas nas instituições policiais.
Com o olhar de pesquisadora faço algumas ressalvas à forma como algumas perguntas foram formuladas, entretanto, não é possível desconsiderar a significância dos dados coletados.
O estupro é uma doença cultural que precisa ser combatida com ações educativas em vários segmentos.  Eu abraço esta causa.


www.forumseguranca.org.br

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Educação inclusiva: o desafio dos desafios.


Trabalho há 18 anos formando pedagogos. Nas disciplinas que leciono abordo temas como os transtornos globais do desenvolvimento, transtornos de aprendizagem e outras deficiências de causas diversas.  Embora o foco dessas discussões esteja centrado no diagnóstico e intervenções pontuais em sala de aula, é inevitável falar sobre inclusão, atividade que está longe de ter uma formatação realista e que atenda às necessidades dos estudantes.
Hoje há um consenso por parte de professores e pesquisadores sobre a importância do mediador como agente de aproximação do processo de ensino e aprendizagem.
Um professor regente com 30-40 alunos em sala de aula, por mais boa vontade e esforço,  não terá condições de oferecer um atendimento personalizado ao aluno, que precisa de um tempo diferenciado, de pausas nas atividades e recursos pedagógicos apropriados. Além disso, é preciso desenvolver habilidades sociais específicas para que tenha uma inserção mais satisfatória com os que estão a sua volta.
Conversando com uma mãe de criança autista de 11 anos (aluna incluída no ensino regular da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro ) chamou-me  a atenção alguns elementos da sua fala:
“Eu só queria que minha filha aprendesse a ler e a escrever”
“Minha filha está no 5º ano. No que ano que vem irá para o 6º ano, terá que mudar de escola e terá vários professores, mas ainda não sabe ler.”
“Minha filha é atendida por uma voluntária que atua como mediadora. Só fica metade do período na escola.”
“Fico 4h e 30 min  esperando minha filha na escola, pois ela não fica se eu não estiver por perto. Certa vez a voluntária ficou abraçada com ela no colo  por todo este período... ”    
No ano de 2013 foi aprovado um projeto de lei que criou o cargo de agente de apoio à educação especial.  Foi realizado o 1º concurso em 2014, contemplando 150 vagas.  Somente no início deste ano foram chamados os primeiros colocados, quantitativo insuficiente para atender a demanda de alunos especiais que necessitam de acompanhamento especializado.
Podemos considerar que foi uma boa iniciativa, mas ainda muito distante de um modelo eficaz, principalmente considerando que dentre as atribuições do cargo há uma intercessão entre duas funções: a do cuidador e a do mediador.  Além disso, a escolaridade ao nível de ensino médio não confere a este profissional um perfil adequado para esta função, mesmo  com os treinamentos e capacitação a serem oferecidos por instituição de referência na área.
Há muito que fazer para construirmos um modelo de atendimento que possa ir de encontro ao verdadeiro sentido da educação inclusiva.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

- Vai para o lado negro da força? - Não, obrigada

- Vai para o lado negro da força?     - Não, obrigada.

A velha forma de fazer política, a do toma lá dá cá, ainda permanece forte e está enraizada no imaginário das pessoas.
Quando as pessoas sabem que você está candidatando se aproximam , sondam , prometem apoio e sorrateiramente disparam as suas armas. Quando percebem que não cola, rapidamente perdem interesse e colam em outro.  
Nestes 50 anos de vida ouvi muitos nãos e tive muitas portas fechadas. Mas sempre fui perseverante e resiliente para identificar e mudar as estratégias de luta, de forma íntegra e honesta.
Ainda me recuperando do baque, sigo caminhando e acreditando na mudança.


A resposta é simples assim: -  Não compro meus votos! 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Em defesa da educação integral



No ano de 1986 tive o privilégio de iniciar minhas atividades como professora no CIEP 131,  Profª Armanda Álvaro Alberto, no bairro de Jardim Leal, Duque de Caxias.
Projeto idealizado por Darcy Ribeiro, antropólogo e intelectual envolvido em conhecer as raízes do povo brasileiro reconhecia que a educação era única forma de transformação social e assim buscava tornar a escola um espaço que pudesse suprir as condições precárias das crianças carentes de recursos, tirar das ruas aquelas crianças que tinham que trabalhar para ajudar no sustento da família ou estavam simplesmente esquecidas e abandonadas.
Escola nova a ser inaugurada, professores novos com experiências diversas e o desafio de implantar um novo modelo de educação baseado em uma concepção agregadora de oferecer escola pública de qualidade, com horário integral, participação, envolvimento e atendimento à comunidade.
Ao tomar posse tive uma grata surpresa. A orientadora educacional, Margarete, entrevistava os professores para subsidiar a distribuição de turmas dependendo das experiências anteriores, formação e visão de mundo. Recebi um convite para iniciarmos um trabalho pioneiro, fora do script e do protocolo: fazer uma pesquisa de campo, aos moldes de uma pesquisa antropológica de reconhecimento da comunidade. Eu, Margarete e Vera nos aventuramos neste universo desconhecido, batendo de porta em porta, entrevistando as famílias, vizinhos e observando um cenário que não estava descrito nos livros.  Trabalho belíssimo que desnudava uma realidade dura e cruel. Sempre me emociono ao lembrar desta época e sinto pena de não ter guardado uma cópia dos relatórios. Mas estes dados ficaram marcados na minha memória e no meu coração, e de certa forma me transformaram como pessoa e profissional.
Com base nos dados coletados era preciso estruturar um planejamento adequado que aproximasse aquelas crianças e suas famílias do espaço escolar. E assim foi feito. Mas, em todo projeto que busca uma transformação social é necessário tempo, tempo que foi roubado por interesses políticos que ofereciam maior visibilidade. Chegava a decadência de um projeto estruturante e ambicioso.
"Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"  Darcy Ribeiro

Sou uma defensora do modelo de educação integral como proposta de reestruturação na educação e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.  Projetos assistencialistas podem se configurar como uma proposta emergencial, mas jamais serão objetos de mudanças profundas e necessárias.